Sebastião Salgado morre aos 81 anos; fotógrafo transformou imagens em voz para a humanidade
Com suas imagens em preto e branco, o mineiro capturou a profundidade da alma humana e da Terra
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Sebastião Salgado, um dos fotógrafos mais importantes do mundo, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental dedicada à restauração ambiental, fundada por ele e sua esposa, Leila Salgado.
Salgado sofria de um distúrbio sanguíneo decorrente de um episódio de malária contraída na Indonésia. Segundo o instituto, o fotógrafo não conseguiu tratar adequadamente a doença, o que o levou a se afastar definitivamente do trabalho de campo em 2024, após declarar que seu corpo estava sentindo “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”.
Nascido em Aimorés (MG), em 1944, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior formou-se em Economia, mas foi na fotografia que encontrou sua linguagem mais poderosa. Começou a fotografar em 1973 e, ao longo dos anos, produziu um corpo de trabalho que se tornou referência mundial em fotografia humanista e ambiental.
Salgado ficou conhecido pela capacidade de retratar a dignidade humana e a beleza natural do planeta com imagens em preto e branco de alto impacto estético e emocional. Entre seus trabalhos mais emblemáticos estão o registro da Serra Pelada, na década de 1980; “Trabalhadores” (1993) e “Êxodos” (2000), nos quais documentou povos migrantes e deslocados em mais de 120 países.